domingo, 12 de maio de 2013

O dia de ontem

Se era para ser dia de festa, com as atenções viradas para a mana, infelizmente não o foi. Enquanto eu e a minha irmã estávamos na imposição, sentadinhas a ouvir o reitor, o telemóvel dela tocou, com a minha irmã mais nova a avisar que o B. (namorado da minha irmã finalista) tinha acabado de ter um ataque de "epilepsia". Ficamos com o coração nas mãos. Imagino a aflição dos meus pais e da minha irmã ao vê-lo estendido no chão. 
Durante a missa, estávamos sentados na relva, quando o B. avisou que ia ter outro ataque. Sim porque ele sente que vai ter. Só tenho a dizer que o que vi foi horrível. Apesar de me ter mantido calma (não sei como) de uma lhe estar a segurar a cabeça, de eu o virar de lado, foi horrível. Aquilo nada é parecido com um ataque epiléptico. Não tremelicava, como se ouve dizer, mas sim contorcia-se todo. Aquelas mãos, e aqueles braços a mexerem-se tal e qual como se fosse uma pessoa com paralisia cerebral profunda. Aquela boca torta como estas pessoas têm. 
Esta imagem não me tem saído da cabeça. Porque naquele momento ele parecia uma criança com paralisia cerebral profunda. O que nos assusta, é que todos os exames que já foram feitos não acusam nada, nem simplesmente acusam epilepsia. Os médicos dizem que é epilepsia, mas como é que os exames não acusam?? O que será daqueles pais, por não saberem a razão de acontecer isto ao filho? O que será daqueles pais, que andam sempre com o coração nas mãos? Sempre a olharem para o telemóvel com medo de ter uma chamada de um numero desconhecido a avisar que o filho teve outra crise?
Era tudo tão mais fácil, se tivesse um diagnóstico...

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